17 de julho de 2012

Peut-être

Talvez nunca tenha pensado com essa força de pensamento de/com sentimento. Talvez essa mania de adiar o inadiável, ignorar palavras silenciosas vagando o (sub)consciente, não seja a melhor forma de dormir sem supostas dores. Dias vêm e vão, junto com elas. Talvez não percebe que ao lado pode ter um outro, talvez mais bonito, talvez menos, talvez igual. Mas lá está. Ocupando espaço inapropriado dentro de certa gente boa. Lá está, sem ao menos fazer um esforcinho pra sair. Pelo contrário, contar os dias dá mais vontade de ficar. Porque amores passam, amores vêm, amores saem vagando por aí, sem rumo certo,  quando menos se espera, e se for, terá um corpo pra tromba-lo no meio do caminho, mas sempre esteve a esperar. Talvez não entendas, talvez nem eu, nem ela, nem Maria e nem José. Mas pra quê, se sei o que sinto e sei o que não quero, nem fingir. Sem caras e bocas, sem dramas ou comédias, sem esconder debaixo do sorriso uma outra vontade de lá, e não de aqui. Convenhamos que situações parecidas não convém com amor. Tal que é forte e denso, que sinto perto, sinto cheiro, que é quase tocável. Talvez seja. Amor és tu, que me és mais que tocável. És abraçável e encarinhável (de carinho), e apesar daqueles famosos apesares, que nem pesam, és um amor (mais que) amável.

10 de julho de 2012

veio de não pensar

Chegastes do nada, não é?! Ficou com um pé atrás do atrás, com medo de caminhar e pisar em falso. Medo, vez ou outra, tolo de segurar uma mão que vai te deixar cair. Mas todos nós um dia cairemos, menina. Hoje ou daqui uns dias, cairemos, nesse abismo escuro da vida. Até o infinito. Infinito com fim, que chega quando dói. Dói pra passar, a dor passa e acabamos esquecendo da sensação que ela nos dá.
Pra chegar ele de repente. Por um caminho meio nebuloso e frio, que o sol faz questão de esquentar e clarear a cada passo. Nascendo algumas flores no meio desse solo, a princípio, sem graça, sem nada,  pra dar cor e vida pruma coisa meio improvável. Pra fazer sentido uma outra coisa que não fez por uns tempos.
E começa a fazer, sem motivo, apenas o faz. Com gosto e com gesto, com (a)braço fino e apertado, com sorriso emparelhado (de aparelho). Empurrou pra lá uns receios que veio junto misturado e meio escondido, e trouxe pra cá um coração, quente, feliz, bom. Coração que dá-me vontade de cuidar, como se cuida de alguém que se gosta tanto, que fez-te pensar. Pensar?! Quem diria, conseguiu tirar até sorriso fazendo o que você mais valoriza não fazer. Ironias de amor monótono.
Monotonia igual sendo sempre (tão) diferente. O Previsível que surpreende. A saudade interminável e intermitente. Sensações diversas, boasruismédias, mas que somadas dão saldo positivo.
E o tempo? É, deixa ele pra lá. Ele passa, como você, ele e as uvas. Passa rápido, mas é longo. Pode ser pouco, mas um pouco com muito. Muito de tudo um pouco que você quiser provar.