27 de junho de 2010

Cadê?

Fica tudo tão vazio.
Quase não sinto meu coração bater, quase não ouço minha respiração, porque está faltando algo. Está faltando o seu cheiro na minha roupa, o calor dos seus braços, o seu rosto macio com a barba feita, seu sorriso radiante.
Está faltando o tempo sem fazer nada com você, está faltando nossas conversas, nossas brincadeiras e tudo mais.
Não sei, mas esse vazio ficou muito grande, e pouco tempo sem você, já é o suficiente para me faltar ar, e me fazer chorar.

24 de junho de 2010

Porque chorar tanto assim, menina, pra uma coisa que você sabia que ia acontecer?
Pra que ficar pensando no tempo perdido, no que podia ter sido feito?
Nao fique assim agora, que um dia (talvez) tudo isso irá passar. Que o planejado vai dar certo, e a ansiedade nao vai cair em forma de lágrima sobre o seu rosto mais, a ansiedade vai ser uma coisa boa, sua amiga, e não má assim como ela é agora.
Não pense no futuro, esqueça-o e viva o presente, por favor.
E não chore tanto assim, pois seu reservatório de lágrima vai secar(...)

18 de junho de 2010

Eu aceitei, e contei a minha história pra ela .

Eu contei que quando era pequeno, eu empinava pipa o dia inteiro, mas o que eu gostava mesmo, era de laçar tudo que era fio. Eu deixei tantas pipas presas naqueles postes, que eu tinha certeza que um dia a minha rua ia sair voando.
Outra coisa que eu adorava, era ir no Bar do seu Jorge. Eu tinha um super poder que fazia ele mudar de cor.
Seu Jorge era casado com a Vilma. A Vilma era uma giganta que vendia beiju. Ela tinha as pernas mais compridas do mundo.
Quem sempre ficava na frente do bar, era o seu Artur. Ele tinha uma bicicleta que cuspia fogo, e sempre tava com uma faca na mão. Mas eu não tinha medo dele.
Eu tinha medo era do seu Atista. Ele ficava o tempo todo dizendo que o mundo ia acabar.
A minha mãe era lavadeira. Ela deixava as roupas tão brancas que parecia que ela pendurava nuvens no varal.
Eu morava com ela, e com meus nove irmãos. Eu era o menor de todos, o caçula.
A gente morava numa casa com teto de zinco. Ele deixava a casa tão quente, mas tão quente, que se você entrasse com uma galinha viva, num instante, ela saia assada.
Domingo era dia de frango, mas um dia o frango sumiu, depois foram as laranjas que a gente comia de sobremesa. Depois sumiu feijão, depois sumiu arroz, só sobrou mesmo, a canjiquinha.
Mesmo sem frango, eu gostava do domingo porque era o dia que a gente ia ver televisão da casa do seu José, que era a única televisão da rua.
A FEBEM só podia aceitar um dos filhos da minha mãe, e como eu era o caçula, ela me escolheu.
Eu fiquei todo feliz porque pela primeira vez na vida, eu tava sendo escolhido por alguma coisa, e os meu irmão ficaram morrendo de inveja.

(O Contador de Histórias)

4 de junho de 2010

Estava eu, sentado num banco de uma praça qualquer do centro da cidade, em frente a um boteco velho, cheio de homens fétidos, observando o movimento das ruas, do céu, as pessoas e seus cabelos. As pessoas expressam o que estão sentido apenas pelo seu jeito de andar, é inconsciente, mas se você parar e reparar, você percebe; e com minha experiência de vida bem vivida, aprendi com o tempo a interpretar bem os passos. Naquela tarde de quinta ensolarada e com ventos levados as folhas de um lado para o outro, muitos passos passam, e poucos me chamam a atenção, a não ser os passos pequenos, apertados e irregulares de uma criança, que aparentava idade de primário. Ela estava andando de mãos dadas com a sua mãe. Olhando para o rosto da mulher, vi nos olhos dela, um desespero escondido, uma vontade de gritar e correr, mas não poder. Na pessoinha que segurava sua mão, o mesmo desespero estava escondido naquele olhar triste, e naqueles passos. Ela olhava ao redor procurando alguma coisa que temesse; como se algum afinal fosse lhe abocanhar. Minha vontade não era pouca de parar aquelas pessoas e lhe questionar o que estava acontecendo. Tinha uma vontade de ajudar, no que quer que fosse o que precisavam, porque pelos passos, não estava tudo bem, e elas não se esforçavam para disfarçar. Aqueles olhos, pareciam que queriam achar um lugar para se esconder até o que estava acontecendo de ruim passar. Queria poder ajudar, e eu podia ajudar, mas Deus, porque eu me impedi de parar e questionar aquelas mulheres?
Menos de uma semana depois, ouvi, sentado no mesmo banco em frente ao mesmo boteco, umas senhoras falando de um marido louco que matou a filha. Eu, nem me preocupei em me aprofundar no assunto. Cheguei em casa e peguei o jornal da cidade na mão, a foto daquela mulher estava em preto e branco num cantinho não muito chamativo da sessão policial. Li a reportagem, e sem querer, meus olhos encheram de lágrimas e meu coração bateu mais forte. Cheguei ao cemitério, para o enterro daquela mulher de olhos desesperados. A filha, chorava aos prantos num canto, com um bracinho engessado.
Chorei, como nunca havia chorado antes, e só pelo peso na minha consciência.

2 de junho de 2010

11 meses

Felicidade é um dia ao seu lado, sentindo seu corpo perto do meu;
é saber que quando eu precisar, vou ter alguém com quem contar;
é amar e ser amada, como nunca imaginei um dia.
Obrigada, por tudo que passou, que esta passando, e que irá passar.