26 de novembro de 2012

sem cor cansa.

Palavras soltas saindo em formas tortuosas e entrando em ouvidos que aparentam não querer ouvir. Sorrisos forçados, discretos e apáticos. Abraços não tão apertados e queridos. Abraços?
Vozes familiares que não reconfortam, amanhecer de sol que não esquenta, lugar aparentemente sempre sombrio, sem calor de querer, cheio de caras brancas, mas cheio de sonhos, empenho com esperança.
Toda maioria igual, sem um rumo certo do futuro, toda maioria chata. Maioria que quase inclui-se todomundo. O calor já foi mais afável, precisa-se do novo pra reacender aquela chama que ainda tem dentro de cada piscada, cada bocejo, dentro de cada sonho distantemente perto. Rotina que cansa, que enchateia e entristece. Falta de um pouco de tudo que quem humano é gosta, e precisa, ter pra (sobre)viver. No meio dessa treva imensamente branca, em que nada se enxerga, vejo troca de olhares que começam a dar uma colorida, pouco a pouco, no que parecia ser um eterno tom de preto e branco sem cor.

18 de novembro de 2012

poraqui tão aqui quanto lá

O amor é tanto que ela não sente necessidade de falar, ao mesmo tempo que vem a vontade de dizer a todo o momento, de tanto que é o amor. O amor é tanto que mesmo se ele não falasse, ela saberia, sente. O amor é tanto que atropelou muita bagunça pra arrumar um lugar quente ao sol entre braços, por quando poraqui está. 
É tanto amor que assusta. Ela se assustou com a capacidade do amor não mudar com tempo, distância, palavras, e jeitos estranhos, surpresas inesperadas (nem sempre tão boas), vontades mudadas.
É tanto de tudo que tudo pareceu ir embora: lágrimas que caíram, dores e angústias fundidas, aquele tal desgosto, raiva, o tal desespero inicial de não querer aceitar a vida bonita como é , o não saber. O tempo que passou pra tanto acontecer, bagunçar pensamentos, e tanto aconteceu sem corações de encontrarem nesse mar de muitacoisamisturada. Se espante, menina. Amor é muito mais de tudo que passa. Esse amor é mais forte, e denso. Sincero, às vezes, pareceu que não tanto o quanto imaginava, mas tem um sopro de vida que quer continuar vivendo independente de cada caminho longe.
Bagunça organizada de amor. Por que's sem respostas que não precisam ser respondidos. Faz sentido. Sentir faz sentido. Olhar e amar faz sentido. Bagunça, dores, sorrisos, lágrimas, tudo ensentida-se sem organização ou algum tipo de explicação, por não ser tão necessário entender, e pensar. Só, sente.
Ele sente, ela também, que sente que ele sente, que também sente que ela sente. Eles sabem que os dois sentem. Eles sentem, e querem sentir. Quem os vê sabe que sentem. Sentir é o que se torna necessário, sem precisar. Sentir basta, aproxima longas distâncias, encurta tempo passado, tudo parece que se vai com o vento, que sopra forte nos cabelos olhando a cidade, por sentirem o que cada um sente estando ao lado.
Ao lado não vai mais estar. Se vai, pelo céu, pra perto da onda do mar, onde tem mais calor. Volta, sabem que sim, mas não sabem se volta pra este ao lado estar. Sonho, tem tudo parecido que é. Não é, mas que seja. Que seja um sonho bom que dure o tempo que sonho tem que durar. Que deixe o sonho entrelaçar vidas enquanto dá, que deixe lágrimas caírem em ombro que as quer secar, que beijos se beijem em bocas que saudade tanta dá, que deixe abraço apertar pra mostrar que aqui está.

8 de novembro de 2012

dias diferentes, sensações

Hoje amanheceu dia 9, como acontece uma vez ao mês durante o ano todo, a vida toda. Só mais um dia, que trás mais lembranças. Mais um dia pra acordar e viver e sorrir, mas não soma mais dias aos dias que passaram e se somaram pra formarem um tal dito número da sorte. O engraçado é que não me bate mais sensação de tristeza que vinha me batendo no peito por essa distância entre corações. Talvez não tenha graça alguma, mas esboço um sorriso no lábio ao nisso pensar, e isso mostra que, apesar de toda a bagunça que teve e anda tendo entre essa distância de caminhos, sinto felicidade. Uma diferente, e sensações diferentes são sempre muito bem vindas pra vida, pra aprender a apreciar o novo, o bom (ou não).
Menina, nem tudo é tão ruim o quanto a vida ameaça ser. Nem toda dor é eterna, e as lágrimas que pareciam ser intermináveis secam, e acabam. A bagunça leva tempo, calma, paciência e vontade pra ser organizada, pra colocar tudo no lugar, onde sempre deveria estar. E o clichê que ouvia no diadia começa a fazer mais sentido, tudo passa. E tudo acontece pra acontecer, e todo esse caminho que foi percorrido, com mãos dadas ou não, vira história bonita, com suas feiuras tirando riso nos dias depois passados.Essa sensação nova e boa e estranha de sentir é por saber entender um bocado de jeitos e linhas e entrelinhas que antes não faziam tanto sentido, que coração não deixava entrarem e amortecerem um pouco a queda. Demorou, demorei, mas permiti ver o que me negava. Deixei ver que amor vai muito mais além de companhia, de afeto, de troca de palavras, de músicas mandadas, de saber da rotina. Amor faz isso virar parte do amor, mas não que o amor seja isso, não só isso. Definição de amor é tudo, e nada. É afeto, é carinho, é intimidade, é querer, é medo, é sorrir e chorar. São todos os verbos, adjetivos e substantivos (próprios ou não) em uma só palavra, em um só olhar. E amor é querer bem, é querer ver sorrindo mesmo não sendo responsável por isso, é se importar, e sempre querer. Mas, ei esse amor que digo que é o meu amor que sinto.E hoje acordou sendo dia nove. E veio dar uma volta poraqui toda aquela saudade de um bocado de fazer tudo e um monte de fazer nada, apenas olhar paredelousa, olhar os olhos, encarinhar,  falar palavras sem pensar, sem medo de errar, de ser o que eu fui de mais sincera e sentir o que sinto de mais sincero. Que é meu amor. Cuida bem dele então, ele é tão mais bom (sim, mais bom, melhor que melhor) quanto pareceu-me ser nuns dias passados. Que nada se perca (tanto) no meio do caminho, e que caminhos, agora, sejam mais de sorrisos, mais coração, mais amor, do jeito que for.