23 de janeiro de 2013

pois é

É tão estranhamente confuso que as palavras não encontram seu lugar nas linhas escritas e nem nos pensamentos de travesseiro. É que aquele tal tempo vai passando, naturalmente, e deixando para e por trás o que dela havia nele. Vai ficando esquecido o que dele há nela, e disso em nisso cai-se na rotina chata da monotonia sem reencontros, sem reinventos, sem sentimentos. Afinal, o que foi mesmo que o tempo levou? Você daqui e ele de lá, de papos e sopapos sobre nada tão vazios. Tão chato esse medo permanente. Medo é nada, menina. Medo tu costumavas ter que se fosse, que se perdesse o encanto, a vontade, o aperto sincero, troca de olhares e falares, trocas de fazer nada. Medo de passar o querer, não é? Pois é, não deu, passou. Querer não há mais por lá, e não se deixe iludir numas poucas boas palavras, teu amor tem é que ficar guardado pra cair no esquecimento, quase coberto com cimento. Tempo co'a distância deram uma boa passada poraqui e levaram tudo isso que costumava ter entre seus corações. Fazer o quê? Apenas espera o tempo passar mais pra longe, pra levar lembranças que trazem saudade. Pode assumir essa sua vontade, amar não é pecado nem errado, só faz doer o coração quando aparece um não, um desinteresse desse que te tira do coração. Tu sabes que essa sua vontade não é tão grande como já foi, agora culpe o tempo por não querer como um dia quis, porque sabes o que de lá também constantemente não vem. Quer de menos em menos, se tornando quase uma insignificante passagem pela vida. Você se transformou. Querer ser mais não é mais opção, só cuida do seu coração pra que não doa mais por falta de consideração. E culpe sim o tempo, são raras as vezes em que ele se deixa ser amigável contigo, conosco, com vocês. Culpe o tempo, e com ele, aquela falta que foi presente, e que agora é só o que tu consegues sentir. Bem sei, menina, a falta dói pra quem quer. Segura essa dor, segura esse amor, não deixa voar, escorrer com água, mantém (pelo menos você) o que tem de bonito, e guarda. Coração  cansou dessa desilusão, tentar mostrar, sem querer, que amor um pouco basta pra boniteza continuar palpável. Esvaiu-se. Pode ser que volte a preencher, mas o tempo... ah, que pena que ele passou desse jeito. 

11 de janeiro de 2013

solta, as palavras, e o coração

Eis o problema de querer sentir sempre que der mais uma vez, mas não poder. Eis a questão de não saber se é sentir que quer, se é a vontade de abraçar que vem, saudade aparente mal sabe se, agora, ela vem. Adaptações à vida cotidiana que chegam inevitavelmente, trazendo conclusões que pareciam ser impossíveis de serem, um dia, tiradas do coração. E vira tudo confusão. Porque quer continuar sentindo o que sentia, quer vasculhar bagunça e voltar ponteiros pra achar o que se perdeu. E a distância, com pensamentos, e palavras mal faladas que vem de lá, e aquela frequente falta de interesse, vontade, sabor. E o mal entender, o ver. Mal saber o que sente o aqui, o que sente o lá. Saber o que não quer quando aqui, o que não quer o lá. Maldade alguma vê em poder querer, em sentir saudades, em ter amor, em querer mostrá-lo, algumas vezes no passar da vida, mas e o não entender essa complexidade aparentemente simples que tanto tem? Reciprocidade que não vem? Deixa pra lá, porque aqui nada mais que costumava ficar tem, que o pouco que sobrou recusa, e resucou a se mostrar bonito.

"Que o tempo permita alguns reencontros sem culpa, porque é bom sentir sempre mais uma vez."