26 de maio de 2011

soneto de aniversário

De Luidy, para Lary.

Passam-se dias, oras, meses, anos
Amadureçan as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envelhecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Cença o ideal de andar caminhis planos
Melhor que levar tudo vencido.

Queria-se antes ventura que aventura
A medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

Eu te direi: Amiga minha, esquece...
Que grande e este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.

(Vinícius de Moraes)

10 de maio de 2011

não se vá !

Foi numa noite fria e úmida de segunda que eu percebi o quanto ele é diferente, especial e importante(!).
Foi em uma segunda-feira do tempo "nós", no plural. Eu e você, você e eu.
Nesse dia você entra no ônibus, e mesmo não tendo espaço suficiente para dois corpos, você para do meu lado. Esse dia você me pegou tão desprevenida. Sempre que o mesmo ônibus para no mesmo ponto em dias de segunda, meus olhos ficam te procurando em meio a multidão passando pela catraca, lá na frente. Nesse dia, eu não tinha forças para me manter em pé, nem me segurar direito a cada freiada que o motorista dava, a inércia era tão mais forte que eu. Mas você chegou e ficou do meu lado. E eu, de ouvir a sua voz, esqueci por um (longo) momento que a fraqueza tomava conta do meu corpo.
Você me disse o que eu queria ouvir, o que eu esperava ouvir. Eu gosto disso, gosto de ouvir as suas coisas, mas, eu só não sabia o que responder. Essa segunda, me faltaram palavras (mas não sentimentos, menino).
Essa tarde, não foi o que e como eu esperava e queria que fosse. Foi estranha, quieta, sem sal nem açúcar. Você passou reto.
A noite a espera foi mais longa. E quando "chegou", foi estranho, e doeu. Talvez não tenha nada a ver, seja apenas a minha imaginação, e talvez nem tenhamos toda essa ligação...
Me preocupei e foi então que notei o quanto espero cada vez mais ansiosa a semana passar e a segunda-feira chegar, o quanto gosto de ver você vindo em minha direção, de ouvir a sua voz. Foi ai que vi que escrevi seu nome no canto de uma folha de caderno.
Foi rápido, tudo muito rápido e repentino. Eu não esperava, e mal acreditei quando me toquei, que gosto de você, mesmo com todos esses seus "defeitinhos" que me faziam pensar em um tipo de você que não é. Não sei o que você tem ou ao menos fez para me fazer querer te ver, te tocar, te conversar, te olhar. Só sei que eu quero, e espero.
Portanto, se aquele subentendido for mesmo que entendi nas suas frases, você (talvez) acabou pensando muito (o que é uma coisa muito sua), e pensando um pouco errado.
Não vá a lugar algum, coisa boa! Deixe o friozinho na barriga e o riso aqui, bem aqui entre eles. Fique aqui, entre a gente, que é onde você melhor se encaixa. Eles merecem, nós merecemos. Especialmente o coração deslareçado (por paixão) dela.