21 de outubro de 2012

tal dor que só dói

Fotos tem me doído o coração. Acordar tem me doído à alma.  Pensar tem me doído à cabeça. Amar tem me doído o corpo todo. Dormir não tem me doído, o que tenho durante o passar da madrugada não pode ser chamado de dormir, de sonhar. Lágrimas quase infinitas. Sorrisos que doem na bochecha o forçar. Olhar pro nada que tem sido frequente. Desvio de atenção, desvio de pensamentos. Vontade do inexistente, do impossível, do improvável, e mais dores. Um pouco por dia, um pouco mais ao invés de menos, e um menos ao invés de mais. Vontade de misturar sonhos com realidade. De fundir vontade com passado com presente com futuro com… tudo. Tudo como eu sonho, como esperei, como fazia-me sorrir. Sem lágrimas, sem dores, sem amores, talvez. Sem amor não haveria dor. Sem dor, o que seria aquela felicidade? Dor vem junto com amor pra mostrar o que realmente é amar o tal amor. Vontade de o tempo passar rápido e devagar, de encurtar caminhos e distâncias, de não ter que ir embora, de não querer que vá embora. Dor vem do pensar, do chorar, da angústia de não saber o que é certo, o que seria errado. De achar-se perdida em tantos sentimentos.
Acima de toda dor e sofrimento diário, tem amor. Amor que, no momento, gostaria que se fosse, se desintegrasse. Sim, difícil de vir, complicado de manter estável, de construir pouco a pouco, de colocar pedras em lugares certos, de sentir. Água gelada no banho pra ver se esfria coração, pra ver se amor vai embora pelo ralo, junto com as lágrimas. Sem amor, não há dor, não essa chata dor. E ao invés de sair amor daqui, sai, de pouco, muito pouco em muito pouco, essa dor. Que me parece infinita, mas que faz nascer esperança, tal não tão bem vinda. Não queria um bocado de querer’s que coração vem querendo.  Não existe razão nas coisas feitas pelo coração, quem irá dizer que sim? Razão vem contra tudo, a favor de nada. Razão faz raiva, ódio, vontade de nunca mais ter braços finos nos abraços. Vontade de ver-te longe, de não saber do dia-a-dia, de não saber o bem que está, o que está fazendo bem. Razão tem se escondido. Vez ou outra, mais frequente ou menos, mostra as caras poraqui. Quer pegar do lixo o que foi jogado fora, e colocar fogo, pra sumir de vez, pra parar de doer e sumir com lágrimas. Amor deixa reciclar, revirar, de novo estar. Mas não sozinho, com você, mais com você do que qualquer outra coisa. Depende de nós, depende de ti. Razão arrogante, só olhando ações do coração, e achando tudo isso muita idiotice, cheia de burrada, esse querer afundar as dores. Que doa o que tem que doer, só não quero que doa desse jeito mais, mais jamais.

15 de outubro de 2012

que dói sem doer doendo

Desejo que a perda não aqui venha, não nos venha. Que não se percam histórias , desejos e vontades, cheiro de sorrisos, troca infinita de olhares, calor de pé, de mão, de corpo. Que nada que tem entre aqui e aí seja engolido pela distância inevitável de corações, que amor continue a brotar com o nascer do sol, e se amarrar ao amar. Que tu não se percas, e que não me percas. Não deixa essa tal dor  vir mostrar odores poraqui. Pode ser ela, um dia, inevitável, mas agora quero continuar tendo o que tem e tenho aqui, que está acolá. Não deixe lágrimas se misturarem com a água durante o banho, só as deixe com você em ombro que é meu ao lado desse rosto seu. Não queira o que o tempo nos quis, empurra pra longe o que (talvez) nos espera, e deixa pra lá, que o agora é tão agora quanto há um tempo lá atrás. Não queixe de dor da perda, não a vejA vindo, não existe essa dor onde há amor. Irei sempre ao encontro teu, mesmo que diversas coisas da vida nos tenha entrado e entortado um pouco o caminho, no final ele sempre chega a você.

4 de outubro de 2012

Vai, vem e não vai.

Nunca soube bem certo o que era saudade. Sabia que sentia uma vontade de correr, de abraçar, de ver, sorrir, se encantar. Sabia que queria, mas o que queria estava por perto, dos olhos, do coração e dos braços. Sentia uma saudade que sabia que iria passar, quase sempre tinha data pra acabar. Mas e agora essa saudade que bateu, abateu e fica, parecendo que não vai-se embora nunca. Não tão cedo, espera que não tão tarde, porque saudade doi. Faz pensar que momentos que passaram foram mais que só passados, ficaram guardados, e teimam em sempre deitar nas memórias ao baixar do sol. Então viu o que realmente era saudade. De querer e não poder, de não saber o que poder, o que não querer e o que esquecer. Vontade de pular ao lado de quem também sente saudade, e vontade, ao lado mais distante de calor, e tão próximo do coração. Saudade que de tão infinita, acaba em braços enlaçados. Sabe que voltará, não tão mais cedo do que queria, mas dessa futura vez não sabe se vai acabar, como não soube se essa e tantas outras iriam pralá. Quer que acabe, quer sentir que sente mais de tudo quando ela se vai, quer guardar saudade num lugar escuro até o sol a encontrar, pra esquentar. Não quer saudade na rotina, no esquecimento. Saudade doi, mas é bom sentir vontade de voltar pra alguns dias, alguns momentos, algumas pessoas. Não quer que caia no pensamento comum. Quer sentir, desentir e sentir até tudo deixar estar.