24 de março de 2013

arrixcado

És carioca descompromissado malandro pagando de bom, arroz de festa e arroz de/pra gente. Sotaque puxado, quase insuportável, muito carioquês pros ouvidos, muita gíria desconhecida, muito x em lugar de s. Muito chato que odeia São Paulo sem mesmo ter atravessado a divisa dos estados, que fala "lek", "bixcoito" pra bolacha e que não come cachorro quente com purê. Carioca nacionalista, que idolatra sua cidade, de sangue bom, de relação engraçada. Carioca demais, que fala demais, pergunta demais, quer saber demais, mas não me importo em contar. É tudo demais, exagerado, mas não julga sabendo que pode e que sabe julgar. Mesmo sendo em tudo demais, não tem nada demais, passa despercebido na multidão, tanto que demorei para encontrá-lo em meio a tantos corpos. Insiste em insistir na minha voz, que eu cante Clarice enquanto toca, mas a tecnologia não é tão instantânea, então ou ele toca ou eu canto, e prefiro o som do violão. Veio puxar conversa como faz com todo mundo, pensando: "o que vier e ficar é lucro, o que for não faz diferença". Porém, meio a contragosto, percebe-se que ficou e passou da linha da conformidade, como se já  tivessem vivido umas vidas alternadas.
Mas é o que tu me ouve sempre falar, tanto que agora também fala: beleza vem de dentro e c'est la vie, brasil. Daqui a pouco a gente se enjoa, são dois demais, que transbordam.

5 de março de 2013

batevolta de pensamentos que somem

O tempo passa, e faz as coisas mudadas mudarem, voltarem ao seu normal, mudarem de novo, de uma maneira diferente, até voltarem ao seu normal de agora e remudarem. Ciclo interminável de confusão que faz vontade se transformar em receio, em não saber o que fazer, falar, agir. Vontade de deixar num estado intocável, em qualquer um dos planos (supostamentes) existentes. Deixar intocável até que venha vontade de tocar de novo, no fundo ou no razo, tanto faz, falta vontade de tocar, você e as músicas que me lembram você. Não que eu saiba tocar alguma coisa, muito longe disso, só sigo a dança no compasso delas que tanto você não quis, talvez? Elas tocam no aleatório da minha lista de diversidades. E quando a vontade vem, penso em finjir que não tem, mas o de dentro é maior, até tentar tocar e se decepcionar com a grandeza do muro ipulável, se tornando, agora, intocável(?).