21 de junho de 2011

não adianta

Não sinto o oxigênio preencher os meus pulmões completamente, ainda.
O tempo já passou, e tem passado bem.
Não adianta eu reclamar, dizer que nada mudou, que as dores continuam as mesmas. Mentira.
Mas ainda me atinge, de um jeito que não precisava.
Por que dessa maneira?
Por que não sai logo, tudo de uma vez, pra valer?
Tenho medo de estar me escondendo atrás de um sorriso que não sei se é verdadeiro, de um abraço que não sei se é o mais sincero. Estou me jogando para qualquer coisa que vier, me entrego de corpo e alma, agarro com força e muita vontade, mas mesmo assim, não é o que deveria ser.
Vem um grito de dentro do peito querendo sair, um berro de desespero por não querer nem aguentar mais os mesmos pensamentos, as mesmas dores.
Quero liberdade desse grito, dessa angústia que não cresce, nem diminui.
É você que vem tirar de mim esse grito, e faz a lágrima cair, mas quando isso se liberta, parece que tudo perde o controle, e eu fico precisando de você do meu lado para colocar tudo de volta no lugar.
Não é pra ser assim, eu tenho medo, muito medo de me entregar demais a isso, e depois perceber que não, que passou, que era tudo uma doce ilusão.
Tem alguma coisa fora do lugar, não quero saber o que é, mas mesmo assim, quero colocá-la onde deveria estar.

1 de junho de 2011

segunda-feira bonita

Caio Fernando Abreu ecreveu : "Nem tudo que é bonito vai te fazer bem quando te tocar". Que frase. Que medo. Que angústia.
Ela mal sabia que a coisa bonita estava para a tocar, em breve, em uma segunda-feira (como sempre). Mas ela tinha medo. Nesses dias frios, ela leu de seu escritor favorito essa frase, e mesmo não querendo, ficou com mais medo que as segundas-feiras passassem a ser apenas mais um dia na semana, sem nada a esperar.
Mas essa segunda-feira foi diferente de todas, do que ela esperava. Mal ela sabia que a felicidade iria tomar conta de todo o seu corpo (finalmente), até a unha do seu mindinho.
E quando essa menina desacreditou, pensou que era melhor não pensar, não querer e não esperar, o que aconteceu a fez pensar mais, querer mais, esperar mais, sorrir mais, ficar mais hiperativa do que ela ja é.
Aquelas moléculas de endorfina e dopamina ficaram fora de controle no seu organismo, e ela sentiu uma felicidade divina, que não sentia há tempos, tanto tempo que tinha se esquecido da sensação de se sentir uma das pessoas mais felizes do mundo.
O medo foi embora...
Agora você sabe, menina, que o que você pensava, era verdade.
O que era bonito a tocou, e a tocou tão fundo e tão bondosamente, que palavras são poucas pra explicas a sensação.
Felicidade, bem vinda de volta, e tomara que o tempo não a leve embora consigo.
E como disse Tati Bernardi: "(...)
O mundo está lindo. Não tenha medo de mim. Eu só queria que esta minha vontade de perdoar o mundo durasse. Você quis encontrar meu coração pequenininho no escuro. E você encontrou. E você salvou meu dia, minha semana."