3 de outubro de 2013

não sei


Talvez um texto sobre você agora não seja o melhor. Talvez porque não caberia em letras o que no corpo e na mente já não cabia. Talvez porque o você que ainda tenho na memória é o você de tempos passados, e, talvez, considerando isso, um texto sobre você te assustaria um pouco. Mas o eu que vivo agora é um eu de hoje, diferente do eu de antes, e um texto sobre você cabe perfeitamente nesses dias. E, além disso, sinto que o você que desses dias não é o mesmo você das lembranças.
E nesses dias, nos permitimos provar no infinito do encontro, um reencontro. (Re)Encontro. Reencontro do que passou ficando, e encontro de dois que já não mais compartilham aquela felicidade de amor rotineiro. Engraçado é que, considerar um você diferente hoje, é algo que, ao contrario de uns tempos passados, me engrandece a alma e o coração. A vida é uma coisa louca pra se aproveitar, e o mundo é um moinho. 
Escrever sobre você agora não seja o que eu realmente mais queira fazer, mas acabei por fazer porque ajo por impulso e aquele reencontro (ou reencontros) trouxe cheiro nostalgia, tão familiar que chegava a ser aconchegante (sem ter nenhum aconchego?). Cheiro de memória. O tempo (errático) passa corrido e, mesmo mudando, nem tudo muda. O cheiro continuava sendo você. Talvez esse cheiro seja tão seu que, se sentisse em outra pessoa, o sentiria diferente. Será que o cheiro é você, ou você é o cheiro? Por que não os dois?
Não sei pr'onde é que a vida levará águas essas de março, essa intensidade, mas seja lá o que for que será, queria te agradecer pelo o que você deve saber. Acordei de um espasmo do sono e vi seu braço sobre meu peito, e reparei que ele ainda continua fino, e que você respira fundo os sonhos do sono.