6 de agosto de 2012

sem tempo sem sentido

Deixemos mãos cruzarem, cabelos entrelaçarem e trocas de olhares. Deitemos em muitos colchões, sofás, chãos, gramas, ares, mares. Deixa passar rápido os dias que viram meses, meses que virão. Venha a falta de tempo que compacta a saudade pra caber mais, mas que venha sem falta de amor, de vontade de céu estrelado e assuntos espalhados. Deite, apenas, não olha a hora, não ouça os ponteiros tictaqueando (eles têm mania de correr com você por perto). Cê sabe que ponteiros nunca foram grandes amigos de amores, talvez o tempo sim, por um tempo. que corre e passa devagar, que vai andando e chegando ao seu implícito ponto final da vida (da gente ou do coração). Fugir da realidade fatigada tão mais próxima, tão mais dócil, tão mais fácil, tão mais palpável de esperança, tocando seus pés e suas mãos e suas costas e te olhando. Amor que se acha e se encaixa em espaços apertados, em gota de sorrisos, em lugar que não existe, que cabe num cantinho por aí qualquer, mais junto, mais perto, mais laços. Só te falo, deixem-os pingar. Pingarão até o sol baixar e parar de esquentar. Que nos venham mais estrelas que luas, que continuem brilhando depois de morrerem, que não sejam fontes de luz secundáriass, que nos venha o que têm que nos vir, que é o tempo corrido, e a falta dele. Não pense nele esgotado, cansado, ou sem. Não o espere, pode ser que chegue numa repentina surpresa. Não o faça correr, não o atrase, o quiera quando dias mostrarem a ti quando terás de querer. A gente se espreme entre lacunas temporais que a vida nos oferecer (ou cavamos uns buracos entre esses tempos que não existem).

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