23 de setembro de 2012

ne oublier pas de sourire

Acordou não conseguindo abrir olhos, sono não deixou, era confortável e aconchegante o ali o agora, ao lado de quem agora está à beira mar. Abstrai pensamentos sobre futuro tão mais próximo do que gostaria que estivesse e sem querer, dormiu, achando que esse futuro era fruto de sonho do sono. Acordou de novo, só que não havia mais esquenta pés, além do calor das cobertas, e tinha mais espaço na cama, faltava. Fecha abre fecha abre fecha olhos pra ver se aconchego reaparece ao lado, e por mais uma vez apareceu. Não tão aconchegante, mas tão tocável como antes.
Não olha pro relógio, o deixa tictaqueando sem tictaquear, deixa o avião decolar e férias acabar. Deixa calor de amor quieto aqui, sem deixar machucar, com carinho. Deixa poder falar o que olhos e coração gritam. Não deixa os ares do céu azul levar. Deixa a força do hábito, ela vem porque quer vir, vem porque sabe que quer ficar.
Esquece umas vezes de ser mais racional. Sabe o que viria o que veio, o que virá não sabe, mas deixa que o que vem de dentro do peito pule por cima de pensamentos. Bonjour pratododia, bonjour na rotina.
Deve, não deve, não sabe se deve, mas fala baixinho com o coração. Uma hora passa. Não quer que passe, quer que fique. Não quer que passe nem que fique. Decida-se, menina. Eu bem sei o que você quer. Mas passa. Tá complicado de explicar, de entender, mas passa, como as tais uvas passas. Não sou que te faço isso, não quero que me doa. Dias são eternos amigos do tempo que passa. Se apegue ao passar com o passado feliz.
O pijama tá cheirando sua casa, coberta, seu sono, abraços. Dormiu com esse cheiro bom de lembranças inapagáveis entrando pelas narinas, mas não tinha corpo quente pra dividir calor e esquentar pés em poucas horas de sono, como costumava ser. Au revoir, mon chéri d'amour. Elle veut que tu viennes toujours. Fica com um carinho meu, leva com você pra quando precisar.

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