16 de maio de 2009

sesi

SAUDADE.
Quando paro e penso nos momentos bons que passei ao lado de cada pessoa, que hoje, querendo ou não, estão MUITO mais distante do que o esperado, me da um aperto deslacerado no peito, um nó na garganta e uma vontade incabível de sair correndo e pelo menos dar e receber um abraço sincero de cada um.
Passamos oito anos de nossas vidas um ao lado do outro, compartilhando segredos, alegrias e tristezas, e com um piscar de olhos, tudo vai ao vento. O que mais dói é ver e sentir que não tem mais volta, que ninguém se esforça para tentar voltar. Todos se esqueceram.

Chego a pensar se não sou eu que estou distante de todos, mas sei que não. Gostaria de acreditar que sim, o problema sou eu, mas não. Cheguei a pensar que eram amigos eternos, mas só o senhor Tempo pra nos mostrar quem são mesmo os eternos e verdadeiros.
Peço a Dona Saudade que continue no meu coração até minha morte. Quero senti-la sempre enquanto eu estiver viva. Quero chorar e rir sozinha por causa dela, e quando eu os reencontrar, que ela possa dar uma descansada. E a Dona Memória que não se deixe escapar os melhores momentos que passei com as melhores pessoas, que não se esqueça do cheiro, do rosto e da voz de cada um. Quero (pelo menos) contar aos meu filhos e netos como foi o meu ensino fundamental.

Tenho saudade não só das pessoas, mas também do lugar. Em Oito anos, quase nada mudou. Lembro que de azul passou a ser verde, que uma rampa para o pátio de baixo foi feita, que o lugar onde se tinha árvores dentro de quadrados onde brincavamos de pega-alto acabou virando estacionamento (uma perda de tempo e dinheiro), e que a secretaria mudou de lugar.
Depois que sai de lá, muita coisa mudou no coração daquela escola.
O uniforme (camiseta do sesi, calça preta e tênis) que sempre foi a marca registrada e motivo de discussão deixou de ser obrigatório, agora apenas a camiseta da escola é pedida. As pessoas que estavam na sexta série hoje estão na oitava, e não consigo imaginar aquele bandinho de 'pirralhos' tomando conta da meu sesi. Muitos professores deixaram de dar aula lá. As serventes que antes também cuidavam dos alunos agora são apenas serventes. Agora há inspetores de alunos e uma coordenadora pedagógica. Ensino Médio naquele humilde sesi era sonho, agora não mais. As notas que eram apenas PS e PI também mudaram.
Que saudade de tudo aquilo. Da cantina que era apenas enfeite no meio do pátio, do corredor super lotado de pessoas todas uniformizadas, da hora do hino nacional, toda segunda-feira, do chup-chup do seu Mário, do laboratório inútil.
A Dona lágrima acabou de brotar e agora escorre pelo meu rosto.

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